Você tem passado mais tempo na Internet? Já se irritou com sites lentos? Ou com botões que não funcionam? Ou ainda, com páginas que dificultam a leitura? Pois é, quase todo mundo. Mas, o Google quer reduzir este tipo de situação, rebaixando ainda mais os sites ruins. Um novo algoritmo foi criado com a ajuda de Inteligência Artificial e Experiência do Cliente nas páginas.
Fique atento porque a mudança vai ser grande.
Não há novidade na utilização da Inteligência Artificial no Google. Só para exemplificar, ela está presente na maioria dos serviços, como GMail, Google Translate e YouTube. Além de reconhecimento facial, de fotos, recomendações, respostas automáticas, entre outros.
Se você quiser saber como o Google faz isso tudo, leia este artigo publicado aqui no Blog da Onflag Negócios Digitais.
Também não é de se estranhar que atualizações sejam feitas. Ao contrário, é o que se espera porque, com o Machine Learning – ou aprendizado da máquina – o processo de melhoria é constante.
São milhares de alterações nos algoritmos todos os anos e a maioria ocorre silenciosamente. Sem aviso prévio, a gente nem se dá conta. Porém, esta NÃO. Ela está sendo anunciada com bastante antecedência e vai entrar em operação somente em 2021.
Mas, porque isso está acontecendo assim?
Em primeiro lugar, porque a atualização é muito significativa e vamos explicar isso direitinho daqui a pouco. Em segundo lugar, por causa do momento difícil pelo qual o mundo inteiro está passado. Todos estamos trabalhando muito para reduzir os efeitos negativos da Pandemia do Coronavírus e da consequente recessão econômica global. Preservar a vida e cuidar das pessoas é realmente mais importante.
Por outro lado, este mesmo cenário tem revelado um fato que tem tudo a ver com a atualização do Google. O aumento do acesso à Internet. No Brasil o salto foi de 112%, comparando com o mesmo período no ano passado. O levantamento é de uma plataforma de armazenamento de dados em nuvem, que atende 30% do tráfego on-line do mundo.
Portanto, melhorar a experiência do cliente nas páginas da Internet faz todo sentido.
Como Inteligência Artificial e Experiência do Cliente podem ajudar?
O novo algoritmo do Google se chama “Experiência na Página”. Ele foi desenvolvido com a ajuda da Inteligência Artificial, por meio de estudos internos e pesquisas sobre o comportamento do usuário.
Vamos ver como o próprio Google o define, em seu comunicado:
“A Experiência na Página é um conjunto de sinais que avaliam como os usuários percebem a experiência de interação com uma página da Web, independentemente do valor informativo. Isso inclui as Principais métricas da Web, que é um conjunto de métricas que avaliam a experiência do usuário real em relação ao desempenho de carregamento, à interatividade e à estabilidade visual da página. Também inclui indicadores existentes da Pesquisa: compatibilidade com dispositivos móveis, navegação segura, HTTPS e diretrizes sobre intersticiais intrusivos.”
Vários critérios de experiência do usuário já vinham sendo aplicados pelos motores de busca para ranquear os sites. Por exemplo, a baixa velocidade de carregamento das páginas e a falta de compatibilidade com celulares, ou seja, não responsivos.
Na verdade, são centenas de indicadores que geram o resultado da pesquisa e o Google não revela todos. Apenas são anunciados os que podem promover melhorias nos próprios sites, levando mais qualidade para o usuário.
Como empresa, o Google também busca a satisfação do cliente.
Para isso, o sistema de busca é treinado com inúmeros exemplos de comportamento dos clientes até que ele seja capaz de mapear padrões, aprender sobre perfis e atuar automaticamente.
Aqui vale um alerta. O próprio Google deixa claro que leva mais em consideração as informações gerais da página, não só a usabilidade. Não adianta proporcionar uma ótima experiência se o conteúdo não é bom. Não ranqueia.
Quando vários sites de relevância disputam a mesma posição é que a Experiência da Página se torna importante para o desempate. Logo, cuidar da aparência e negligenciar o conteúdo não resolve o problema.
Quais são os Novos Critérios do Google?
Resumidamente, o algoritmo “Experiência na Página” é um conjunto de métricas – as novas, as já em vigor e as atualizadas – focadas no comportamento do cliente, as percepções dele perante a experiência proporcionada pelo site.
Aqui vamos destacar algumas:
Exibição do Conteúdo
É a LCP, em português, Maior Exibição de Conteúdo, que avalia a rapidez com que a página é exibida. Para ter uma boa pontuação, os sites devem completar a LCP nos primeiros 2,5 segundos, depois do carregamento da página. Se aplica ao maior elemento da página (uma foto ou vídeo). Isso é importante porque 65% dos usuários tendem a deixar sites lentos e buscam por outro mais rápido.
Entre 2,5 e 4 segundos, desempenho regular. Mais que 4 segundos, sinal vermelho para o site.
Latência
A FID, Latência na Primeira Entrada, que mensura a interatividade ou capacidade de resposta da carga, ou ainda, a experiência que o cliente sente ao tentar interagir com a página, que não responde.
Um FID bom é de 100 milissegundos. Até 300 milissegundos é regular. Superior a isso, bem ruim. A interatividade é crucial.
A primeira entrada gera as primeiras experiências do cliente. Elas moldam a impressão geral da qualidade e da confiabilidade do site.
Estabilidade Visual
Avaliada pela CLS, ou Mudança de Layout Cumulativa, que mede a estabilidade visual da página. Ajuda a quantificar com que frequência o cliente experimenta mudanças de layout. Uma CLS baixa deixa o site mais agradável.
Aqui a medição é por pontos. Até 0.1 está ok. Até 0,25 fica aceitável. Mais que isso, não.
A mudança de layout só é ruim quando inesperada. Se ocorrer mudança em decorrência de uma interação do cliente – clicar ou digitar, por exemplo – a mudança é boa
Responsividade
A página é otimizada para dispositivos móveis. Verifique se a página tem bom desempenho em celulares, por exemplo. Cada vez mais as pessoas estão acessando a Internet por meio destes dispositivos.
Eles estão mudando o mundo. Oferecer uma boa experiência no celular é até mais importante porque, em muitos casos, o número de smartphone já ultrapassou o número de computadores pessoais. Há ferramentas que podem medir este desempenho.
Navegação Segura
A página não pode ter conteúdo enganoso ou malicioso, como um malware.
O motor de busca verifica sites que hospedam arquivos executáveis para download que atrapalham a experiência do cliente. Por meio do “Relatório de Problemas de Segurança” é possível ter a lista de todos os arquivos potencialmente suspeitos que, por ventura, estejam hospedados no seu site.
HTTPS
Quando você acessa um site que usa HTTPS (segurança de conexão), o servidor do site usa um certificado para comprovar a identidade desse site para navegadores.
É livre para qualquer pessoas lançar um certificado. Contudo, é recomendado que os sites usem certificados de emissores de confiança.
Para confirmar se um site é seguro, verifique se há informações de segurança sobre ele. O Chrome mostra um alerta quando não é possível visitar um site de forma segura ou particular.
Intersticial intrusivo
Evite pop-ups que encubram o conteúdo principal. Isso, tanto no momento em que o cliente inicia a navegação a partir do resultado de busca, como também durante o tempo em que ele está visualizando a página.
Não exiba o intersticial que obriga o usuário a descartá-lo antes mesmo de ver o conteúdo principal.
Não use layout em que a parte de cima da página dá a impressão de ser um intersticial, jogando o conteúdo principal para baixo da dobra.
Mapa de Calor
Analise seu site. Use Mapa de Calor para detectar problemas de usabilidade e melhore a experiência do cliente na sua página.
Ele rastreia os movimentos do mouse. As pessoas tendem a usá-lo como um dedo na página ou deixá-lo perto das palavras que estão sendo lidas, ou ainda, ao lado do botão que pretendem clicar.
Assim você pode identificar pontos frios e quentes, além de descobrir o que mais atrai a atenção do cliente e o que pode estar confundindo.
Em resumo, com a aplicação de Inteligência Artificial e Experiência do Cliente, o nível de exigência vai subir. Se você não fizer nada, certamente enfrentará problemas como a redução de visitantes, divulgará menos a empresa, não poderá atrair novos clientes.
O recomendado é começar a atualizar seu site desde já, para que em 2021 ele esteja em condições de oferecer boas experiências para o cliente e ganhar posições no novo ranqueamento do Google.